Sigo o Gov. José Serra no twitter. Tiozinho simpático. Sempre posta de madrugada. Recentemente, Serra resolveu tuitar sobre o novo plano ambiental para São Paulo. A idéia é copiar o schwarzenegger, que aderiu ao protocolo de Quioto com a California mesmo sem apoio do resto da Liga da Justiça da América.
Que @joseserra_ entre no estilo "Save the planet, or else.." maravilha, maravilha. O mais legal foi essa passagem retirada do seu(
blog ): "Cerca de 700 mil hectares de cana deixaram de ser queimados desde a vigência do protocolo agroambiental assinado com o setor sucroalcooleiro. Isso significou uma redução de 8,2 milhões de toneladas de CO2 lançada na atmosfera. "
A principal aula de química da minha vida, que contém 8 aulas de química, foi aquela onde me foi ensinada a lei de transformação das massas de Lavoisier: "Na natureza nada se cria.." e blá blá blá. Na Matemática, resumimos isso com a lacônica definição "Entrada=Saída". Macacos me mordam, se a cana quando cresce chupa CO2 da atmosfera pela fotossíntese, qual o problema dela vomitá-lo na queimada? Ou vai me dizer que terra queima?
Enfim, o problema com a queimada deve ser outro. Dando uma olhada no Google sobre queimadas de cana, descobri que muita, mas muita gente, adora reproduzir a seguinte frase: "Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas)". Concordo de que os estudos que afirmam que queimadas liberam gás carbônico são bem antigos(3000 a.c no paper "Um novo método para produção de calor e luz"), mas pelo jeito ninguém sabe onde foram parar os estudos sobre "queimar cana produz ozônio".
Foi então que, pedindo para @YankeePaper traduzir "ozônio" pra mim, palmas para a ignorância, me lembrei de uma coisa. Qualquer queima incompleta pode produzir coisas ruins. Queima incompleta é quando a "C + O2 => CO2" resolve não sair como nos livros de química. Entra o nitrogênio do ar no meio, metade funciona, metade não, vira uma grande orgia química. Daí vem o ozônio, como explicado bonitamente
aqui .
Logo, nada de especial com a coitada da cana. Queimar ela é tão ruim quanto queimar gasolina, com a diferença de que o carbono que sai da queimada é re-utilizado na nova safra.
É claro que não quero convencer ninguém de que deixar um solo a noite inteira sob temperaturas demoniacas não vai reduzir sua produtividade. O interessante em queimadas é outra coisa: se a confusão com esses conceitos se alastra tanto no nosso querido meio culto e chega até o governo, queimar cana vai ser nosso menor problema.
PS: dá trabalho essas coisas, mas é legal. Agora sei como o pessoal do
Ecoblogs se sente.
Putz, acordei e vi que a cama era meio grande, meio macia demais. E eu não sou daquele tipo de pessoa que bebe e esquece mas, como sempre tento manter a mente aberta, considerei essa a explicação.
Agora a visão logo em seguida foi difícil explicar. Uma tia, 40 tops, trocando de roupa, em um guarda-roupa, que eu também não conhecia. Isso tá complicado demais, considerando que minhas últimas lembranças consistem de um programa chato de tv, um relatório pra ser finalizado e meio beirute. E definitavemente, o relatório não consistia de uma senhora(gata) colocando uma sexy roupa de escritório em um quarto sabe-se-Deus-onde.
- Acorda G., vc não tem reunião na faculdade?
- Ahn?
- Aff, dormindo ainda..só não esqueça o q vc tem q fazer hj, bjos.
- ...
E ela saiu. Como ela sabia meu nome? Por que ela vestiu a roupa e foi embora? Esse tipo de mulher não deveria fazer exatamente o contrário? E por mil demônios, por que estou com uma puta dor nas costas?
Me levantei procurando orientação. Fiquei feliz por constatar que não havia cortes onde deveriam estar meus rins, e me dirigi para o banheiro do recinto ainda pouco iluminado.
Uuh, luz automatica, impressionante.. O espelho também era interessante. O canto direito parecia ter algum tipo de informação eletrônica: umas nuvenzinhas com um sol, uma barra pintada de vermelho e um diagrama esquisito. Todos eles se movendo levemente. Achei natural aquelas coisas no espelho. O que não achei natural foi achar aquilo natural.
Achei menos natural ainda a imagem projetada: eu. A mesma barba mal feita, a mesma leve papada no pescoço, a mesma pinta no nariz. Mas velho, beeem mais velho.